DESCRIÇÃO DA AULA

Introdução (10 min)

• A oficina se inicia com uma pergunta para cada um dos estudantes: “Em uma palavra, o que é ser moderno(a) para você?”.

• Os resultados devem ser escritos no quadro.

• Diante das palavras anotadas no quadro, a turma selecionará conjuntamente as cinco palavras que consideram as mais representativas.

Desenvolvimento (30 min)

• Aqui haverá uma breve parte expositiva (ver apresentação em anexo), em que serão abordados o conceito de moderno e os movimentos modernistas.

• A partir de imagens do Futurismo, do Dadá e do Surrealismo, a ideia é valorizar o caráter inovador e experimental de cada um desses grupos na tradução da urbanidade e da industrialização. É interessante pontuar para os estudantes que, embora com grandes diferenças, essas vanguardas buscavam reformular a própria ideia de arte, refutando a subjetividade característica de movimentos anteriores.

• Segue-se a oficina com uma introdução à Semana de Arte Moderna em São Paulo, destacando-se a referência a alguns de seus protagonistas, características principais e o contexto de ascensão da burguesia paulistana.

• O Rio de Janeiro moderno e seus contrastes é o tópico seguinte, incluindo-se: as transformações urbanas da cidade durante a prefeitura de Pereira Passos; o carnaval catártico do ano 1919 (depois da chamada gripe espanhola); a Exposição do Centenário da Independência (1922-3), que buscava construir uma ideia cosmopolita do Brasil; e a reunião dos Oito Batutas, grupo musical com ícones como Pixinguinha e Donga, que fez uma bem-sucedida turnê na França naquele momento.

• Se houver tempo, vale exibir imagens da Exposição do Centenário da Independência e ouvir uma das músicas dos Oito Batutas com os estudantes. Ambos os links estão na apresentação em anexo.

• Sugere-se discutir com os estudantes os diferentes projetos de Brasil de cada uma dessas manifestações, a partir de suas relações com as culturas populares e europeias.

• Para finalizar, ouvir com a turma a música Não foi Cabral (2015), de MC Carol. A letra aborda temas como o genocídio dos indígenas durante a chegada de Cabral ao Brasil e a resistência de Zumbi dos Palmares.

• A partir do debate sobre a canção, a proposta é que os estudantes voltem a pensar em cinco outras palavras que resumam essa nova abordagem para a história do Brasil.

Encerramento (10 min)

• Na Roda de Conversa, a ideia é provocar uma comparação entre os projetos de Brasil há cem anos e manifestações artísticas e culturais contemporâneas, como a canção de MC Carol.

• Pode-se destacar a importância desses eventos para um olhar do país sobre si mesmo, a partir das mais diversas expressões estéticas, sociais e políticas. Também é importante estimular a reflexão sobre como diferentes protagonismos se insurgem na cena contemporânea, colaborando para a construção de perspectivas mais inclusivas sobre o Brasil.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Gênese (org.). Modernismos 1922-2022. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

CARDOSO, Rafael. Modernismo em preto e branco: arte e imagem, raça e identidade no Brasil, 1890-1945. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

CASTRO, Ruy. Metrópole à beira-mar: o Rio moderno dos anos 1920. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

MARTINS, Luiza Mara Braga. Os Oito Batutas: História e música brasileira nos anos 1920. Rio de Janeiro: UFRJ, 2014.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; MONTEIRO, Pedro Meira. A São Paulo da Semana: barulho dentro e fora do Theatro. Cienc. Cult., São Paulo, v. 74, n. 2, p. 1-14, jun. 2022. Disponível em http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252022000200005&lng=en&nrm=iso. Acesso em 19 mar. 2023.